O ciclo do carbono tem sido afetado pelo desflorestamento e pelas queimadas |
Segundo o amplo relatório do Painel
Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), detalhado e divulgado em
2008, conclui-se que a ação humana sobre o meio ambiente está esquentando o
planeta. O Protocolo de Kyoto definiu muitos rumos e conceitos sobre meio
ambiente e aquecimento global. Em 1987, se consagrou o termo sequestro de carbono, referindo-se ao
processo de captura e
estocagem segura de gás carbônico (CO2), promovidos principalmente pelos
oceanos e florestas, evitando-se assim sua emissão e permanência na atmosfera
terrestre. A forma mais comum de sequestro
de carbono é
naturalmente realizada pelas florestas. O
ciclo natural do CO2 tem sido gravemente alterado, quando, por
exemplo, ocorrem mudanças no uso do solo, ou seja, uma floresta é derrubada e
queimada, dando lugar ao estabelecimento de pastagem, agricultura ou outra
forma de uso da terra, ocorre a liberação de uma grande quantidade de carbono
na forma de CO2, para a atmosfera contribuindo, assim, para o
aquecimento global.
O Brasil está entre os cinco maiores
emissores mundiais de CO2, sendo que 75% das suas emissões são
resultantes de atividades uso do solo, principalmente, do desmatamento de suas
florestas tropicais. No entanto, as taxas anuais de desmatamento vêm
diminuindo. Os esforços de implementações
conjuntas mostram que recentemente o comprometimento do governo brasileiro
para reduzir o desmatamento. No filme que Al Gore (ex-vice presidente dos EUA)
protagoniza, intitulado Uma verdade inconveniente, ele frisa que aquecimento
global “não é só um tema político, é um problema ético, moral, de sobrevivência
da humanidade”. Nos últimos anos, o Brasil adotou uma série de iniciativas para
a redução do desmatamento destacando-se o Plano de Ação para Prevenção e
Controle de Desmatamento na Amazônia (PPCDAM), o Fundo Amazônia, e o Plano
Nacional sobre Mudança do Clima, lançado em dezembro de 2008.
Obedecer às metas do Protocolo de
Kyoto não tem sido fácil, mesmo para os países que sempre as defenderam, como a
União Europeia. O problema é que a redução da emissão de CO2 tem
custado caro, já que isso correspondeu a uma brutal queda na produção
industrial. Diante do fato, uma das estratégias foi o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), previsto no Protocolo de
Kyoto, cujo objetivo é promover o desenvolvimento sustentável em países mais
pobres. Para isto, o MDL permite que os países mais ricos invistam em projetos
de redução de emissões em nações que não tenham de cumprir metas, financiando a
implantação de tecnologias mais limpas ou o uso de energias renováveis. Dessa
forma, eles podem adquirir “créditos de carbono” que os auxiliem a cumprir seus
compromissos. O artigo 17 do Protocolo de Kyoto prevê que Comércio de Redução de Emissões é um
mecanismo de flexibilização dos países compromissados com a redução de emissões
de gases do efeito estufa, que podem negociar o excedente das metas de emissões
entre si, o chamado comércio de redução
de emissões. Este mecanismo permite que países que não alcancem a sua meta
de redução possam utilizar o excedente de redução de outro país compromissado,
ou seja, que também tenha metas em relação ao Protocolo de Quioto. O Brasil
investe em ações que incluem reflorestamento, introdução de fontes de energia
limpas e implantação de aterros sanitários.
Contudo, as ações não podem partir
somente do governo. É necessário buscar formas de desenvolvimento sustentáveis,
sejam coletivas ou individuais, que priorizem fontes de energia menos agressivas
e que valorizem a conservação do meio ambiente, como fontes de energias não poluentes
e renováveis.
Texto de Magali S Maronez
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