quinta-feira, 16 de agosto de 2012

As implementações do IPCC




O ciclo do carbono tem sido afetado pelo
desflorestamento e pelas queimadas

Segundo o amplo relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), detalhado e divulgado em 2008, conclui-se que a ação humana sobre o meio ambiente está esquentando o planeta. O Protocolo de Kyoto definiu muitos rumos e conceitos sobre meio ambiente e aquecimento global. Em 1987, se consagrou o termo sequestro de carbono, referindo-se ao processo de captura e estocagem segura de gás carbônico (CO2), promovidos principalmente pelos oceanos e florestas, evitando-se assim sua emissão e permanência na atmosfera terrestre. A forma mais comum de sequestro de carbono é naturalmente realizada pelas florestas.  O ciclo natural do CO2 tem sido gravemente alterado, quando, por exemplo, ocorrem mudanças no uso do solo, ou seja, uma floresta é derrubada e queimada, dando lugar ao estabelecimento de pastagem, agricultura ou outra forma de uso da terra, ocorre a liberação de uma grande quantidade de carbono na forma de CO2, para a atmosfera contribuindo, assim, para o aquecimento global.


O Brasil está entre os cinco maiores emissores mundiais de CO2, sendo que 75% das suas emissões são resultantes de atividades uso do solo, principalmente, do desmatamento de suas florestas tropicais. No entanto, as taxas anuais de desmatamento vêm diminuindo. Os esforços de implementações conjuntas mostram que recentemente o comprometimento do governo brasileiro para reduzir o desmatamento. No filme que Al Gore (ex-vice presidente dos EUA) protagoniza, intitulado Uma verdade inconveniente, ele frisa que aquecimento global “não é só um tema político, é um problema ético, moral, de sobrevivência da humanidade”. Nos últimos anos, o Brasil adotou uma série de iniciativas para a redução do desmatamento destacando-se o Plano de Ação para Prevenção e Controle de Desmatamento na Amazônia (PPCDAM), o Fundo Amazônia, e o Plano Nacional sobre Mudança do Clima, lançado em dezembro de 2008.


Obedecer às metas do Protocolo de Kyoto não tem sido fácil, mesmo para os países que sempre as defenderam, como a União Europeia. O problema é que a redução da emissão de CO2 tem custado caro, já que isso correspondeu a uma brutal queda na produção industrial. Diante do fato, uma das estratégias foi o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), previsto no Protocolo de Kyoto, cujo objetivo é promover o desenvolvimento sustentável em países mais pobres. Para isto, o MDL permite que os países mais ricos invistam em projetos de redução de emissões em nações que não tenham de cumprir metas, financiando a implantação de tecnologias mais limpas ou o uso de energias renováveis. Dessa forma, eles podem adquirir “créditos de carbono” que os auxiliem a cumprir seus compromissos. O artigo 17 do Protocolo de Kyoto prevê que Comércio de Redução de Emissões é um mecanismo de flexibilização dos países compromissados com a redução de emissões de gases do efeito estufa, que podem negociar o excedente das metas de emissões entre si, o chamado comércio de redução de emissões. Este mecanismo permite que países que não alcancem a sua meta de redução possam utilizar o excedente de redução de outro país compromissado, ou seja, que também tenha metas em relação ao Protocolo de Quioto. O Brasil investe em ações que incluem reflorestamento, introdução de fontes de energia limpas e implantação de aterros sanitários.



Contudo, as ações não podem partir somente do governo. É necessário buscar formas de desenvolvimento sustentáveis, sejam coletivas ou individuais, que priorizem fontes de energia menos agressivas e que valorizem a conservação do meio ambiente, como fontes de energias não poluentes e renováveis.

Texto de Magali S Maronez

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