Sobre o aquecimento
global
Durante o processo de elaboração do último relatório do IPCC,
mais especificamente e
julho de 2006, Briffa enviou a Eugene Wahl os comentários da revisão do primeiro esboço
do relatório, advertindo-o que eram confidenciais e não deveriam
ser divulgados. Logo depois, em agosto, Wahl reenviou a Briffa o
documento com suas sugestões de mudanças na redação. Não resta dúvida, pois, de
que em pelo menos duas ocasiões Briffa pode ter sido influenciado a alterar ou,
até mesmo, enviesar as conclusões do Painel, pois recebeu comunicações e
recomendações fora dos
procedimentos do IPCC. Mas não foi apenas isso que impugnou o
procedimento científico, pois aos 28 de maio de 2008, Phil Jones recomendou a Briffa que dissesse que não recebeu qualquer artigo
ou comentário fora dos procedimentos usuais do IPCC, mesmo sabendo que isso
havia ocorrido, e comentou: “Se Holland soubesse como o processo realmente
funcionou!!”. Embora esses fatos não sejam suficientes para questionar a
ciência produzida em si, são mais do que suficientes para ilustrar até que
ponto os membros do Painel estão dispostos a subverterem seus princípios e
métodos de trabalho, se isso for necessário para passar uma mensagem
particular, não a do nosso real estado de conhecimento climático, mas a da
confirmação do aquecimento global antropogênico, que ainda gera dúvidas nos
meios científicos (ONÇA, 2011).
Que mal há em um aquecimento? Absolutamente nenhum. Afinal é tão
vital que nos mantenhamos aquecidos que nossa própria evolução acabou nos
proporcionando
uma fonte de calor extra, além do calor absorvido pela
incidência da radiação solar. O calor metabólico é esta fonte extra, e sem ela
não seríamos o que somos. Um ambiente mais aquecido contribui inclusive para a
realização de menor esforço pelo nosso organismo para a produção desta fonte de
calor extra. Porque não se fala em resfriamento global? O nosso atual conhecimento científico, conseguido através de
nossas observações do Universo mostram justamente isso, dissipação permanente
de calor. A Terra, em algumas épocas, já foi muito mais fria do
que nos dias atuais. E foi justamente nessas épocas muito frias que ocorreram
as extinções em massa, com redução crítica da biodiversidade do planeta. É
importante observar que nosso planeta, bem como todos os demais que possam
existir sofrem os mesmos processos naturais de aquecimento e resfriamento.
Não há nada que possa ser feito. Isso é tão natural quanto a
chuva que cai ou o vento que sopra. A ciência não pode afirmar categoricamente
se está em curso um aquecimento global antropogênico, assim como não pode
afirmar o mesmo sobre um resfriamento global antropogênico. Uma simples análise
de escala mostrará que o homem é muito pequeno para tamanho poder (mudar o
clima global da Terra). Toda a humanidade, hoje com mais de 6,4 bilhões de
indivíduos, se confinados, cada um em uma baia de 1 m2 de área, ocuparia apenas um quadrado de 80 km por 80 km, ou
seja, 6400 km2 (MACHADO & FELICIO, 2011). Se compararmos
com a superfície do Brasil (cerca de 8.500.000 km2), esses 6400 km2 representa menos de 0,08%!
A hipótese do aquecimento global antropogênico não pode ser
considerada científica, mas apenas ideológica, pelo menos até agora. Trata-se
de uma ideologia que busca escamotear, através de um suposto problema ambiental
(que é difícil provar que exista), outro problema maior, esse sim de alto grau
de risco à sociedade humana: a crise do capitalismo tardio (vide Onça,2011, “Quando o sol brilha, eles fogem para a
sombra...” – a ideologia do aquecimento global, disponível em www.fakeclimate.com). Considerando-se as nuances do capital, já
são perceptíveis as
estratégias adotadas e como ele já se apoderou do discurso
ambientalista, principalmente onde há possibilidade de grandes lucros, como por
exemplo, os combustíveis alternativos.
Efeito estufa
Essex e McKitrick6 são bastante críticos do
emprego descuidado de metáforas na explicação de processos físicos, pois acham
que leva a entendimentos
dúbios e, frequentemente, errôneos. Essas metáforas são
perniciosas para a compreensão do sistema climático, mas, infelizmente, estão
tão firmemente enraizadas nas mentes das pessoas comuns e até mesmo de muitos
cientistas, que parece virtualmente impossível erradicá-las. Mas, mesmo assim,
faz-se necessário tentar, pois elas são parte essencial da “doutrina” do
aquecimento global e, entre elas, está a metáfora do efeito estufa.
O maior problema das metáforas é que elas são representações
simbólicas de algo. E por serem representações simbólicas não existem no mundo
físico real. Logo, efeito estufa como é posto, não existe. Na realidade o uso
dessa metáfora é tão questionável que poderíamos chamá--lo defeito estufa.
Talvez seja mesmo um defeito em nossa compreensão acerca do
fenômeno. Atualmente há uma supervalorização das trocas radiativas de calor
(não que elas não sejam importantes), mas devemos lembrar que a energia pode
ser transferida entre os corpos de três maneiras: condução, convecção e
radiação. A condução é mais eficiente entre corpos sólidos, pois há maior proximidade
entre os átomos da matéria. A radiação pode se transportar tanto entre fluídos
quanto sólidos, desde que, haja certo grau de transparência, pois se houver
muita matéria presente ela interage com a radiação e não permite seu
deslocamento. Porém, entre fluidos, ou entre sólidos
e fluidos, o modo mais eficiente para se transferir energia, é a
convecção, ou seja, o transporte de massas fluidas com diferentes densidades
entre setores do espaço que estejam se resfriando ou se aquecendo. A atmosfera
é uma massa fluida heterogênea onde ocorrem inúmeros processos de convecção. Na
verdade, a atmosfera absorve muito pouca radiação do sol. Grande parte desta
radiação (51% na média global) atinge a superfície onde é absorvida. Portanto,
é a superfície que se aquece,
e passa e emitir energia térmica (denominada radiação
infravermelha), que é o processo pelo qual ocorre a transferência de energia
(calor) para a atmosfera, aquecendo-a. Esse processo é natural, não depende da
existência humana, e sempre ocorreu, desde os primórdios da existência da
Terra. Para ser mais preciso, sempre que houver uma fonte de radiação e um
corpo receptor dessa radiação, processos semelhantes podem ocorrer. Alguns
importantes autores da Climatologia e áreas ambientais correlatas, como por
exemplo, Timothe R. Oke, sequer utilizam o termo greenhouse (estufa). Em sua obra mais conhecida, Boundary-Layer Climates7, onde trata dos climas de ambientes modificados pelo homem, Oke
apresenta um item denominado Glasshouse effect (efeito da casa de vidro) ao falar dos climas artificiais
criados em estufas. As estufas são edificações feitas de vidro (atualmente se
utiliza
plástico) para cultivo de plantas em geral. Estas estufas visam
criar um ambiente favorável ao desenvolvimento vegetal, normalmente úmido e
aquecido. Por isto são de vidro, pois permitem a entrada em abundância da
radiação solar. Dentro da estufa, na medida em que a superfície plantada se
aquece ao absorver a radiação solar, no decorrer do dia, ocorre o aquecimento
de todo o ambiente da estufa.
Toda superfície com temperatura superior a -273 oC (o zero absoluto) emite radiação. No caso das superfícies com
temperaturas similares às que podem ocorrer na superfície da Terra há emissão
de um tipo de radiação denominada infravermelho térmico. Dentro da estufa não
acontece diferente. E o que acontece com a vegetação? Como estão aquecidas,
também emitem mais radiação infravermelha para o ar, que em parte é absorvida
pelo vapor d’água, em sua maior parte liberado pelos estômatos das plantas, junto
com CO2, pois elas também respiram. Veja bem, aqui
está o primeiro equívoco. O gás que absorve a radiação infravermelha é o vapor d’água
e não o gás carbônico (CO2)! Mas, continuemos, pois este nem é o
principal problema.
A radiação infravermelha, que não é absorvida pelos gases de
dentro da estufa, irá atingir as paredes e a cobertura de vidro. Aqui se inicia
o grande equívoco. O vidro absorve a maior parte dessa radiação infravermelha
emitida de dentro do ambiente da estufa. Os defensores do efeito estufa acham
que esta radiação infravermelha absorvida pelo vidro será re-emitida para as
plantas, aquecendo o ambiente. Em tese, apenas metade da radiação absorvida
poderá retornar para dentro do ambiente da estufa, a outra metade será emitida
para fora desse ambiente. O erro dos defensores do efeito estufa é
supervalorizar essa emissão por parte do vidro. Na realidade e estufa se mantém
aquecida não por causa da emissão infravermelha, mas sim porque ela,
independentemente de ser de vidro, chumbo, plástico, algodão, ou qualquer outro
material, representa uma barreira física, material, ao deslocamento dos
pequenos
turbilhões de ar aquecido que sobem das plantas e não conseguem
atravessar estas paredes! (MACHADO & FELICIO, 2011).
E por que isso não pode acontecer no nosso mundo real?
Simplesmente por que não vivemos em uma estufa, pois a atmosfera não tem teto
nem paredes, ou seja, ela é livre e gera ventos (associados aos processos de
convecção). Os ventos dissipam as turbulências, acelerando os processos de
troca de calor, e aumentando o resfriamento das superfícies. Em síntese, a
diferença entre uma estufa e a atmosfera, é que na atmosfera temos uma
circulação, na estufa não! Por fim, sempre deve ser lembrado, de acordo com os
preceitos geográficos, os perigos das análises reducionistas. É claro que
alguns entendimentos sempre ocorrerão, em primeira instância, a partir de um
modelo. O que nunca deve ser esquecido é que o modelo é uma representação da
realidade, portanto incompleto.